segunda-feira, 4 de maio de 2009

O jornalismo que não tá no gibi


Quem não se lembra das aventuras do repórter belga Tim Tim, de 1929 ou não perdeu o fôlego com as peripécias de Peter Parker para levar a melhor foto ao jornal? Ou ainda, não tenha se surpreendido com as desculpas que Clark Kent inventa para ausentar-se da redação do Daily Planet? Conspirações a parte, a figura do repórter foi apropriada pelos quadrinhos apenas em função da mobilidade que a profissão possibilita ao personagem. Contudo, nem sempre a imagem transmitida pelos quadrinhos sobre a profissão condiz com a realidade. Gley Fabiano C. Chavier, coord. de pós-graduação da Fac. Senac de Comunicação e Artes diz não se preocupar com essa questão e afirma que a HQ é uma reeleitura da sociedade e não a descrição objetiva de uma determinada profissão. “Acho que nenhum desenhista se preocupa em descrever sucintamente uma profissão, até porque se ele se preocupar, corre o risco de perder leitores, inclusive os jornalistas. Ninguém quer ler HQ para ver a sua realidade. É muito chato”, conclui. Apesar de viver uma de suas maiores crises mundiais, devido a concorrência desleal dos heróis japoneses e o encarecimento dos custos de produção das editoras de HQ. O Brasil apresenta uma das maiores produções de quadrinhos alternativos do mundo, são inúmeros fanzines e diversas produções de mídia alternativa deste segmento pelo país inteiro. O prof. Gley Fabiano diz ser lançado mais de 50 HQs nas bancas brasileiras mensalmente, ”Sempre haverá alguém querendo ler uma história em quadrinhos bem contada”, ressalta o professor.Do outro lado da galáxia, no mundo dos jornalistas, as HQs são utilizadas pelo profissional como forma de mídia alternativa, transitando entre as tiras de fanzines e boletins sindicais às charges e caricaturas dos jornais da grande imprensa. Um exemplo de que HQ é coisa séria fica por conta das mais de 200 páginas dos ditos quadrinhos-reportagem, de Palestina: Uma nação ocupada ou Área de segurança: Gorazde, os dois de autoria do jornalista norte-americano Joe Sacco. Definitivamente, os quadrinhos se prestam ao jornalismo brilhantemente, pois, passam a informação de uma forma mais rápida e imediata.

Um comentário:

  1. Concordo com o professor Gley, a respeito dos gibis não mostrarem a realidade. Imagina , como seria chato e repetitivo, ler na HQ a verdadeira rotina de uma profissão (seja a do jornalista ou outra qualquer)?!

    Afinal, o que mais encanta no universo dos quadrinhos é a fantasia e irrealidade do cotidiano do jornalista que é mostrada no caso dos personagens citados no texto. Por isso, as HQs se tornam tão mágicas e emocionantes, capazes de possuirem eternos e fiéis admiradores...!
    Obviamente o universo dos quadrinhos nunca vai acabar. Seja com o advento da tecnologia ou dos vídeos em celulares, nada substitui o conhecimento e curiosidade que uma HQ traz ao seu leitor.

    Adoro HQs!

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